Com a participação, pela primeira vez, de três pessoas trans representando diferentes países nos Jogos Olímpicos de Tóquio, cresceu o debate sobre a participação de pessoas transgêneros no esporte.
Em pesquisa recente divulgado pela Universidade Maryland quase 70% dos cidadãos dizem que homens trans teriam vantagem contra mulheres biológicas. Os pesquisadores perguntaram aos entrevistados se eles acham que “as mulheres e meninas transgêneros devem ou não ser autorizadas a competir em esportes com outras mulheres e meninas em cada um dos níveis a seguir”. *
Entre os principais argumentos utilizados para validar a exclusão de pessoas trans no esporte estaria em suposta “vantagem biológica”, principalmente no caso de mulheres trans atletas, ou o “desejo de vantagem” atrelado aos homens trans (grupo que é invisibilizado e visto como indiferente neste debate). Conceitos como memória muscular (condição em que o corpo se lembra de determinados movimentos mesmo após um longo período de tempo), transfobia e a desvalidação da transgeneridade também são citadas para promover mobilização contrária a essa inclusão.
Diretrizes do COI
Documento elaborado após consulta a mais de 250 pessoas e entidades de diversas áreas do conhecimento, retira das suas diretrizes a obrigatoriedade de testes e níveis pré determinados de testosterona (principal marcador biológico utilizado para avaliar possíveis ganhos atléticos entre os gêneros). Além disso, recomenda a aceitação de todos de acordo com a sua identidade de gênero e orienta que cada esporte tenha sua própria política de inclusão de acordo com as características da modalidade.
Esporte como transformação
O esporte reflete muito de nossos costumes e até mesmo preconceitos, mas também pode ser um instrumento de transformação, quando é capaz de absorver os anseios da sociedade e promover seu desenvolvimento, ou seja, um importante instrumente de enfrentamento ao preconceito e de promoção de uma sociedade cada vez menos exclusiva e que garanta o direito a todas as pessoas.
Live
Para debater mais sobre o assunto, Claudia Guedes conversa no próximo dia 21 de novembro, terça-feira, com a psiquiatra Dra. Marcia Britto de Macedo Soares. O bate-papo vai acontecer às 19h30 no instagram @mulheresacesta. Não perca!
*Para saber mais sobre a pesquisa acesse o site: https://revistaoeste.com/mundo/maioria-dos-norte-americanos-e-contra-participacao-de-homens-biologicos-em-esportes-femininos/