Entre o fim dos anos 2000 e meados da década de 2010, o esporte enfrentou uma combinação de falta de investimento, desorganização estrutural, perda de talentos e pouca visibilidade. Foi um momento em que a Seleção sofreu eliminações inéditas, campeonatos perderam força e a base praticamente deixou de existir em várias regiões do país.
A crise não teve uma causa única: competições nacionais enfraqueceram, projetos deixaram de ser financiados e muitas atletas precisaram buscar oportunidades no exterior para continuar jogando. A Seleção chegou a ficar fora de eventos importantes e, pela primeira vez, discutiu-se abertamente a possibilidade de a modalidade não conseguir se sustentar no ciclo seguinte. Foi um momento silencioso, difícil e doloroso para quem vive o basquete feminino por dentro.
Mas foi justamente nessa fase que começaram a surgir os pilares da reconstrução. Clubes retomaram projetos, técnicos e treinadoras formaram novas gerações, e surgiu uma leva de jovens jogadoras com talento e personalidade para recolocar o Brasil no cenário internacional. A criação da LBF deu estrutura e continuidade ao calendário; centro de treinamento, intercâmbios e categorias de base começaram a ser reorganizados. A chegada de comissões técnicas mais profissionais também ajudou a dar novo rumo à Seleção.
O renascimento se consolidou na última década: vimos novas atletas chegarem ao exterior, o Brasil voltar a disputar finais sul-americanas, a base ganhar protagonismo e a Seleção reconquistar respeito internacional. A chegada de Pokey Chatman ao comando técnico reforçou a visão de um projeto moderno e competitivo. Hoje, a modalidade ainda enfrenta desafios, mas vive uma fase muito mais sólida, com talento, formação e futuro.
O basquete feminino brasileiro renasceu porque resistiu. Porque atletas, técnicos, clubes e torcedores se recusaram a aceitar o fim. E é justamente essa resistência que continua movendo o esporte para frente.
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