A nova geração e o TikTok: como jovens atletas usam as redes para criar identidade e se destacar
Nas quadras, as jovens atletas seguem treinando, suando, competindo — como sempre foi. Mas, fora delas, uma nova arena ganhou força: as redes sociais. E entre todas as plataformas, o TikTok se destaca como o espaço onde muitas jogadoras estão construindo suas próprias narrativas, conquistando visibilidade e, em alguns casos, abrindo portas que o basquete sozinho ainda não abriu.
A geração que cresceu com celular na mão aprendeu a usar a câmera como ferramenta de expressão. Em vídeos curtos e criativos, mostram treinos, rotinas, conquistas, bastidores, tombos e superações. E fazem isso com uma linguagem direta, autêntica e muitas vezes bem-humorada — aproximando o público do esporte de forma afetiva e acessível.
Mais do que likes: presença digital como ferramenta de carreira
Estar nas redes não é só uma questão de vaidade. Para muitas jovens jogadoras, principalmente aquelas que ainda não têm contratos profissionais ou grandes patrocínios, o TikTok é uma vitrine que pode atrair olhares importantes. Técnicos, clubes, marcas e até veículos de imprensa já descobriram talentos a partir de conteúdos publicados ali.
Além disso, as redes ajudam a fortalecer a identidade da atleta para além dos números da quadra. Quem ela é, o que pensa, como se expressa, quais causas defende. Tudo isso conta — e conecta.
Narrativas próprias, representatividade e autonomia
O TikTok também tem sido um canal de representatividade. Meninas negras, LGBTQIA+, periféricas, indígenas e tantas outras que nem sempre se veem na televisão ou nas transmissões esportivas encontram na plataforma um espaço para ocupar e brilhar. E o fazem do seu jeito, com sua estética, seu sotaque, sua história.
Essa autonomia na construção da própria imagem é algo novo no universo esportivo, historicamente controlado por assessorias e padrões midiáticos engessados. No TikTok, o poder está nas mãos — literalmente — de quem cria.
Inspiração que atravessa gerações
Para quem está começando no basquete, ver meninas como elas ganhando destaque na internet pode ser combustível. A nova geração está entendendo que não basta jogar bem: é preciso contar a própria história. E isso pode inspirar outras meninas a entrar (ou permanecer) nas quadras.