Mas existe um período que quase nunca recebe o destaque merecido: a geração que atuou entre 2006 e 2016. Ela não conquistou medalhas históricas nem viveu momentos de grande euforia nacional, mas foi fundamental para manter o esporte vivo em um dos ciclos mais difíceis.
Essa foi a fase em que o Brasil enfrentou queda de investimento, menor visibilidade e uma renovação lenta, mas inevitável. Mesmo assim, jogadoras como Adrianinha, Érika, Palmira, Iziane, Tatiane Pinho, Karla, Chuca e Kelly Santos carregaram a Seleção nas costas, muitas vezes jogando contra rivais mais estruturados e em campeonatos de altíssimo nível. Elas seguraram o time no Mundial de 2006, competiram em vários Pré-Olímpicos e Pan-Americanos, e foram responsáveis por manter o país presente em grandes torneios internacionais.
Ao mesmo tempo, essa geração foi essencial para construir a transição que permitiria, anos depois, a chegada de uma nova leva de atletas. Várias jovens que hoje lideram a Seleção — como Damiris, Tainá Paixão, Patty Teixeira e Tássia — foram formadas ou inspiradas por essas veteranas. Nos clubes, muitas dessas atletas atuaram como líderes técnicas e emocionais, segurando equipes e mantendo vivo o ambiente competitivo da LBF e das competições sul-americanas.
Foi também um período de redefinição: o basquete mundial ficou mais físico, tático e veloz, e essas jogadoras foram obrigadas a se adaptar. Elas enfrentaram adversidades externas e mudanças internas, mas garantiram que o Brasil permanecesse competitivo e relevante. Sem elas, a reconstrução atual — com a chegada de jovens talentos e um projeto técnico mais sólido — não seria possível.
A geração de 2006 a 2016 pode ter passado em silêncio para muita gente.
Mas, para quem acompanha o basquete feminino de perto, ela foi o elo que manteve a modalidade de pé quando quase tudo conspirava contra. E isso é tão importante quanto qualquer medalha.
O Blog é atualizado semanalmente para trazer noticías, novidades e curiosidades sobre o basquete feminino