Uma convocação da Seleção Brasileira parece simples quando o anúncio chega às redes sociais, mas o processo por trás da lista é longo, técnico e cheio de critérios que vão muito além do que o público imagina. Antes de qualquer nome ser divulgado, a comissão técnica passa meses acompanhando jogos da LBF, competições internacionais, ligas estrangeiras e categorias de base. Cada atleta é observada não apenas pelo desempenho numérico, mas pela consistência, leitura de jogo, físico, estilo e capacidade de se encaixar no sistema que a Seleção pretende usar.

A análise começa com relatórios individuais: evolução, minutagem, histórico de lesões, comportamento em treinos, impacto coletivo e desempenho em diferentes cenários. Jogadoras que atuam fora do país são monitoradas por vídeos, estatísticas avançadas e conversas com técnicos de seus clubes.

A convocação também leva em conta características que se completam. Não basta escolher “as melhores”; é preciso formar um grupo equilibrado — armadoras com visões diferentes, alas que defendam bem, pivôs que combinem força e mobilidade, e reservas capazes de manter o ritmo da equipe.

Outro ponto essencial é a disponibilidade. Campeonatos internacionais acontecem em períodos específicos e nem sempre clubes estrangeiros liberam atletas com facilidade. Além disso, há avaliação médica e fisiológica antes da decisão. Uma jogadora que está em recuperação, por exemplo, pode ser preservada para não comprometer o planejamento.

Depois de toda a análise, a comissão técnica fecha a lista e apresenta internamente à CBB. Só então acontece o anúncio oficial, que sempre gera debates — naturais e saudáveis — sobre escolhas, ausências e renovação. Mas, por trás de cada nome, existe um processo criterioso e técnico, pensado para montar o time mais competitivo possível dentro do contexto atual.

A convocação é o primeiro passo de uma Seleção forte. É ali que o projeto ganha forma, que talentos se encontram e que o futuro começa a ser desenhado.