O início da década de 1990 foi um marco para o basquete feminino brasileiro. Em 1992, a Seleção Brasileira já mostrava sinais claros de que estava prestes a se consolidar como uma das grandes potências mundiais da modalidade. O grupo que disputou os Jogos Olímpicos de Barcelona representava uma geração de jogadoras talentosas, unidas por uma comissão técnica que acreditava na força coletiva e no potencial do esporte no país.
O elenco que fez história
Técnico: Antônio Carlos Vendramini
Elenco:
• Hortência Marcari – Ala
• Paula Gonçalves (Magic Paula) – Armadora
• Roseli Gustavo – Ala-armadora
• Cíntia Tuiú – Pivô
• Ruth de Souza – Pivô
• Adriana Santos – Ala
• Carla Cavalcanti – Armadora
• Claudinha – Armadora
• Simone Pontello – Ala
• Leila Sobral – Ala
• Maria Helena Cardoso – Ala
• Silvia Gustavo – Ala
A equipe de 1992 contava com nomes que se tornariam ícones eternos do basquete brasileiro. Estavam lá jogadoras como Paula Gonçalves (a “Magic Paula”), com sua habilidade em armar e ditar o ritmo do jogo, e Hortência Marcari, referência em liderança e poder de decisão. Além delas, atletas como Roseli Gustavo, Cíntia Tuiú, Ruth de Souza, Carla Cavalcanti e Adriana Santos compunham um elenco equilibrado, com velocidade, defesa consistente e talento ofensivo.
Era um time que unia experiência e juventude, onde cada atleta tinha papel fundamental. Muitas dessas jogadoras viriam a brilhar ainda mais em campeonatos mundiais e nas Olimpíadas seguintes, mas Barcelona foi o palco que consolidou a confiança coletiva.
Comissão técnica e filosofia de jogo
A Seleção de 1992 era dirigida por Antônio Carlos Vendramini e contava com uma comissão que buscava modernizar o basquete feminino brasileiro. A ideia era valorizar a intensidade defensiva e a transição rápida, explorando o talento individual das atletas em favor do conjunto. Esse trabalho seria a base do amadurecimento que levaria o Brasil a conquistas inesquecíveis nos anos seguintes.
Campanha em Barcelona
Nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, o Brasil terminou na 7ª colocação, mas os resultados foram muito além da tabela. A equipe enfrentou algumas das maiores seleções do mundo, como Estados Unidos e Espanha, e ganhou experiência que se transformaria em combustível para o futuro. Foi nessa competição que o mundo começou a olhar para o Brasil não apenas como participante, mas como adversário perigoso.
O legado de 1992
Embora não tenha subido ao pódio, a Seleção de 1992 pavimentou o caminho para o auge do basquete feminino brasileiro. Dois anos depois, em 1994, o Brasil conquistaria o título mundial na Austrália, e em 1996 viria a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta, feitos que não seriam possíveis sem a base construída em Barcelona.
Aquele grupo de 1992 mostrou que talento, disciplina e paixão poderiam transformar o Brasil em referência mundial no basquete feminino. Mais do que resultados, foi um time que inspirou meninas em todo o país a sonhar com as quadras e acreditar no poder da bola laranja.